quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Crô: Copio e colo esta opinião!


Caros Rogério e Carlos,
 
Eu não fui perguntado... hehehehe, mas como o que a gente troca aqui na lista fica sujeito à participação dos interessados, gostaria de dar um humilde pitaco aqui na questão do Crô. :)

Eu penso que não devemos ficar indignados a qualquer sinal de 'anormalidade' no modo como a mídia retrata esse ou aquele gay especificamente. Ao contrário, é contra a própria ideia de 'normalidade' que devemos nos colocar, tendo em vista a trajetória histórica das sexualidades humanas, especialmente as homossexualidades.
 
Também penso que a arte deve ser livre para retratar o príncipe encantando e o patife descarado; a bela cinderela e a puta profissional. Por que não? São possibilidades humanas. A arte pode retratá-las com mais ou menos exagero sem grandes problemas a meu ver.
 
A mesma novela mostra uma relação lésbica estável: a da tia da Tereza Christina com aquela mulher mais jovem. Por que não poderia o Crô ser homem de muitas mulheres ou mulher de muitos homens (jocosamente falando). Por que é que os homossexuais deveriam ser retratados apenas como casais bem 'saneados'? Eu também tenho um relacionamento estável, mas nunca o pensei como regra pra ninguém. Tenho amigos como o Crô que vão tão bem quanto eu na vida... sabe lá se até melhor... Como saber?
 
A Globo já mostrou casais homossexuais dos mais variados. Uma novela atrás eram dois lindos, machudos, um professor e o outro marketeiro. Seria muito chato mesmo só ver isso na TV. Penso que devem aparecerem gays de todos os tipos, lésbicas de todos os tipos, transexuais de todos os tipos, bissexuais de todos os tipos, etc. Viva a liberdade de ser esterioripado ou não. Tudo isso é liberdade e vira arte, vira mídia. É tudo 'humano, demasiadamente humano'. E nada disso tem que me atingir, porque a minha forma de ser e pensar não está sob o controle deste ou daquele autor de novela.
 
Além disso, as pessoas que nos conhecem sabem quão perto ou quão distantes estamos de cada uma das realidades ou fantasias retratadas na dramaturgia.
 
Não podemos ser 'censores' que agem agressivamente a qualquer sinal de 'ameaça à normalidade', mesmo que essa normalidade seja (agora) ditada por pessoas como nós, geralmente desrespeitadas em alguns círculos.
 
A Rede Globo, com seus defeitos (também os temos), ainda é em termos de emisora de TV nossa maior simpatizante e até defensora muitas vezes. Que outra apresenta tanta coisa positiva relacionada aos gays no jornalismo, nos programas, nas entrevistas, nas novelas, etc.? Não queimemos cartuchos à toa.
 
Quem sabe uma boa ideia seria assistir menos TV no horário nobre e sair mais, jogar mais com a família, pegar um bom DVD?
 
Não me entendam mal. Compreendo a irritação. Crô também me irrita às vezes, principalmente por causa da paparicação à 'racha-mor' do Egito, mas ele é apenas um personagem. Nossos verdadeiros inimigos estão lá no Congresso e no Senado, nas gangs de homofóbicos, no nosso próprio meio (existe o 'fogo amigo' no meio homossexual também), etc.
 
Dai a Crô o que é de Crô: menos atenção. ;)
 
Abração, meninos.
Sergio Viula

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